sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Confira abaixo uma matéria idealizada por mim, juntamente com meu amigo de classe Cristiano Morato, acerca do Instituto Solar de Birigui. O objetivo da ong é orientar portadores do vírus HIV.



A Lepra do século XXI
Ong de Birigui auxilia portadores do vírus HIV/AIDS.
Cristiano Morato
Diuân feltrin
“Encontramos pessoas que enfrentam os mesmos problemas ou maiores que nossos. Sempre há alguém para nos dar uma palavra de consolo, é bom saber que você não é o único do mundo. A Solar é a minha família aqui em Birigui.”

As palavras de Néia servem de consolo para aqueles que temem que a vida se acabe após contrair o vírus HIV. Com diversos métodos preventivos, jovens de todas as idades insistem em arriscar a própria vida em um jogo sem volta. Há seis anos, Néia descobriu que era portadora do HIV. Emagreceu muito, e a partir de então, fez o teste e o resultado foi positivo. Ela não faz idéia de como se contaminou, mas desconfia de um ex-namorado que já faleceu.

Há onze anos a Ong Solar Eunice Weaver, com utilidade pública municipal, presta assistência às pessoas com AIDS. Atendem cerca de 30 famílias, que participam de reuniões sócio-educativas semanalmente, nas quais recebem alimentos e leite para auxiliar a ingerir a medicação, além de acompanhamento psicológico nas famílias e visitas domiciliares.

A maioria das pessoas que procura a instituição vive em bairros pobres da periferia. Não tem escolaridade, não conseguiram sequer concluir o Ensino Fundamental. Muitos não têm profissão definida, são pessoas que não têm renda fixa, pagam aluguel e têm mais de um filho.
A maioria das participantes das reuniões são mulheres. Muitas contraem o vírus de seus companheiros, que por sua vez, contaminam-se através de relações extraconjugais ou consumo de drogas.

Em 2001, quando foi realizar o exame pré-natal, Júlia (nome fictício), estava grávida de quatro meses. Ao conferir os resultados, descobriu que tinha HIV. Revoltada, sentiu-se traída pelo ex-marido, rejeitada pela família que não aceitava a doença, e muito deprimida, procurou a Solar, onde teve apoio, assistência e “amigos prontos para ajudar.”

Júlia trabalha, estuda é mãe, esposa e leva uma vida “normal”. Já Néia, encontra dificuldades para encontrar emprego. “Os patrões têm medo de nos empregar e ficarmos doentes alem do preconceito que é muito grande”, afirma. Para a presidente da Solar, Mara Masson, a lepra sempre foi vista com preconceito. “As pessoas não se aproximavam dos leprosos, a Aids é a lepra da atualidade”, revela.

Muitos jovens, ao iniciar a vida sexual, previnem-se, mas com o tempo acabam buscando em festas, diversões e adrenalina. Por isso usam drogas e praticam sexo com mais de uma pessoa sem “camisinha”. Contraem o vírus e, sem saber, passam para outras pessoas. O HIV é o vírus da imunodeficiência humana e a Aids é doença provocada pelo vírus. Uma pessoa pode ter o vírus e levar muitos anos para que a Aids se manifeste. O teste do HIV é gratuito, feito pela rede pública de saúde de cada cidade. É a melhor forma de ter a certeza de que se está saudável.
Mara Masson diz que com o tratamento, a aparência do paciente se torna normal. “Ninguém imagina o sofrimento pelo qual eles passam. Não é fácil conviver com o vírus”, diz. A Solar distribui cerca de 3000 preservativos por mês em campanhas. Os preservativos podem ser adquiridos na instituição e em postos médicos. “Está na hora dos jovens passarem a usar preservativo nas relações sexuais”, aconselha a presidente da Ong.

Beijo no rosto, talheres, copos, assentos de ônibus, piscinas, banheiros, sabonetes, toalhas, lençóis, picada de inseto, suor, lágrimas e sexo feito com preservativo, são fatores que não transmitem a doença. A diferença entre a lepra e a Aids é que esta não é transmissível. Os diversos medicamentos mantêm a aparência do paciente “normal”. Existem pessoas que não resistem à intensidade do tratamento, devido aos efeitos colaterais. Sendo assim, a resistência do corpo torna-se frágil. O indivíduo adoece e em seguida vem a falecer.

Nenhum comentário: