
Será difícil saber ao certo os reais motivos que fizeram com que Joseph Ratzinger abdicasse ao trono papal e a posição de maior líder da humanidade. Seja por pressão política ou simplesmente por saúde frágil, podemos considerar a decisão como um grande ato de humildade.
Humildade expressa nos discursos de Bento, no qual expressa sua incapacidade de liderar a Igreja frente aos desafios impostos pelo mundo contemporâneo. Desafios estes que o ultraconservadorismo insiste em velar, tais como: relações homoafetivas, sacerdócio de mulheres, celibato, entre outras inúmeras realidades.
O que esperar do novo papa? Não acredito em grandes mudanças, pois a força do sistema grita mais alto e se sobrepõe ao clamor da contemporaneidade. Contudo, desejo ardentemente que sejam retomadas questões até então ignoradas por Ratzinger, como as conclusões do concílio Vaticano II (1962), que preconizava uma abertura maior da Igreja Católica. O projeto de Jesus era revolucionário e cabe a igreja responder aos anseios da humanidade.
Nos oito anos à frente do pontificado, Bento XVI calou a voz de muitos teólogos brasileiros da Teologia da Libertação. Fortaleceu-se um injusto mito sobre aqueles que se empenham na defesa do projeto de justiça e vida. Jesus defendia os mesmos ideais libertadores, como pode ser facilmente encontrado nas ações narradas pelos Evangelhos.
Que os cardeais tenham discernimento na escolha do novo papa. Trata-se de uma grande responsabilidade, visto que escolherão em nome de cerca de 2 bilhões de católicos. Que sejam guiados pelo Espírito da inteligência e do bom senso. Este sim sopra onde (e como) quer.
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