domingo, 28 de junho de 2009

The King of Pop

Quinta-feira, dia 25 de junho, final de tarde. Ligo a TV e me deparo com uma triste notícia: morre Michael Jackson. Coloco-me cético frente a tal informação. Inevitavelmente penso que esta seria mais uma criativa forma de autopromoção, visto que o astro voltaria aos palcos no dia 13 de julho. No entanto, a suspeita logo se esvai à medida que o fato se propaga. Sim, era verdade. O mundo perdeu o Rei do Pop.

A vida de Michael foi marcada por polêmicas que vão desde repentinas transformações visuais até suspeitas de pedofilia. No início dos anos 80, mais precisamente em 1982, o ídolo alcançava seu auge, ocupando o the top of the tops nas paradas mundiais com o hit Thriller. O álbum ainda é o recordista de vendas na história da indústria fonográfica mundial. O que não se esperava é que após momentos de glória, a vida do astro se transformaria em um verdadeiro thriller. Após o estrondoso sucesso, tudo o que seria produzido em seguida, seria comparado à produção anterior. Lançado em 1987, dois anos após Thriller, o álbum Bad foi considerado frustrante.

Durante a infância, Jacko, como era conhecido, viveu uma rotina atípica, diferente das outras crianças. Suas felizes aparições diante das câmeras de TV eram mascaradas por frequente violência e exploração por parte do pai, que o obrigava a aperfeiçoar-se como artista em tempo integral. Algoz ou não, a intervenção paterna levou o astro a conhecer as peripécias da fama desde cedo. Plantou e colheu glórias, mas pagou caro por isso.

No final da década de 1980, Jackson passa a transformar-se progressivamente. Avanços tecnológicos o garantem a possibilidade de aderir à aprimoradas formas de manipulação estética. Entretanto, as constantes alterações visuais vão, a cada instante, distanciando o cantor, do ponto de vista físico, do garoto prodígio que fazia sucesso na década de 1970 cantando ABC no grupo Jacson Five.

As inúmeras intervenções cirúrgicas passam a ter resultado cada vez mais excêntricos. O ídolo foi se descolorindo aos poucos, em todos os sentidos. Transformou-se em uma espécie de máscara artificial.

Apesar de toda a excentricidade próxima à bizarrice que tanto marcou a vida de Michael, não se pode negar que o astro marcou uma geração. Não existe alguém que nunca se deixou contagiar pelo ritmo eletrizante de Thriller e Beat it. Jackson cumpriu sua missão: a de revolucionar toda a história da música mundial, servindo de inspiração para tudo o que surgisse depois. Será sempre lembrado como The King of Pop.

THRILLER AO VIVO

BEAT IT, mais um grande sucesso

WE ARE THE WORLD


domingo, 21 de junho de 2009

Um banho de água fria

17 de junho. Depois de intensos debates e diversos adiamentos, o Supremo Tribunal Federal opta pela revogação da obrigatoriedade do diploma para se exercer a profissão de jornalista. E o pior: a decisão foi quase unânime. Por oito votos a um, venceu a irracionalidade. De acordo com o célebre ministro Gilmar Mendes, ser jornalista é como ser cozinheiro, ou seja, não é necessário graduação. 

Confesso que ao tomar conhecimento do fato, me senti enganado, como se um banho de água fria levasse embora todos os meus sonhos. Isso mesmo! Foi inevitável pensar frases do tipo: “Estou perdendo tempo e dinheiro”, “O que faço em um curso que não me proporcionará estabilidade?” É melhor não relatar o que pensei sobre Gilmar Mendes, visto que preciso manter a elegância. Esperei para idealizar essa postagem, visto que devido à confluência de sentimentos, não conseguiria, de maneira alguma, ser elegante. 

A meu ver, o STF se baseou na Lei de Talião (aquele que reza “olho por olho, dente por dente”). Explico: se não fosse o trabalho árduo de jornalistas competentes, munidos de bem adquiridas técnicas de apuração, não seriam escancaradas as falcatruas que permeiam as ações do poder judiciário que, por teoria, deveria prezar pela aprovação de leis que beneficiassem a sociedade como um todo. 

A irrisória decisão coloca o Brasil em risco, visto que jornalismo é ciência. Sendo assim, a graduação proporciona aos profissionais, técnicas e conceitos teóricos indispensáveis para o exercício competente da função. Defender a liberdade de expressão é plausível. No entanto, limitar o trabalho de pessoas que passaram quatro anos em uma universidade não condiz com os preceitos de um país democrático.

Pensamento romântico ou não, acredito que o bom senso prevalecerá no mercado de trabalho, levando os contratantes a optarem por verdadeiros jornalistas. Caso profissionais precários passem a dominar o jornalismo, a sociedade também será informada de maneira precária, o que poderá acarretar sérias consequências. 

A meus amigos estudantes de jornalismo, não desanimem. Acredito sinceramente que ainda vale à pena ser jornalista. A concorrência será maior, sem dúvida, mas sempre há espaço para quem é bom. Ser bom não é ter as melhores notas, longe disso, mas estar preocupado em aperfeiçoar-se a cada instante, sugando o máximo dos profissionais que estão a nosso dispor e estar sempre ávido por conhecimento. Estas são as características inerentes a bons profissionais.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

19/06: Dia do Sagrado Coração de Jesus


Amor ardoroso

Um amor que transborda em imensidão. Manso, humilde e sereno, capaz de sanar dores e feridas. O coração de Jesus aquece a humanidade com seu ardor. Coração dilacerado envolvido por chamas que crepitam um amor envolvente, que nos queima e transforma nosso ser.

O ardor do Coração de Jesus é em prol dos irmãos e da comunidade. Toda a maldade que nos afasta da comunhão fraterna é corroída pelo fogo do amor. Chama que atinge diretamente nosso interior, purificando nosso coração e fazendo-o semelhante ao do Pai.

Nossas ações devem ser guiadas pela caridade que nos estimula a praticar ações concretas capazes de construir uma comum unidade focada no ardor missionário. Uma Igreja justa é aquela cujas ações são orientadas de acordo com os preceitos de Jesus. Comunidades missionárias ardem de amor pelo próximo e agem em serviços pastorais em virtude da transformação da realidade.
Temos no coração o amor de Jesus! Basta que o deixemos aflorar! Passemos a anunciar ao mundo as maravilhas que Ele fez por nós. Esta é nossa missão, este é o nosso ardor!

domingo, 7 de junho de 2009

Cativeiro Global

Viver em sociedade é um grande desafio. Para ser considerado “normal” aos olhos dos outros, é necessário desempenhar papéis. Por viver em um conjunto de relações, o homem é obrigado a atuar, tornando-se um verdadeiro ator social, vestindo, muitas vezes, a máscara da hipocrisia. Esta máscara rouba a identidade da pessoa, fazendo-a esquecer o que realmente é.

Nosso cotidiano é conturbado. Em um único dia estamos em vários lugares: em casa, no trabalho, na igreja, na escola, etc. Isso nos leva a encarnar diferentes personagens, que nos adaptam às situações vivenciadas. Com o objetivo de atender às expectativas dos que estão ao nosso redor, esquecemos de nossa subjetividade. Aniquilamos nosso próprio ego à medida que passamos a ser o que não somos. Ser pessoa não é nada fácil.

Se passarmos a contrariar a aceitação social, seremos taxados como loucos. Na conturbada sociedade contemporânea, indivíduos realmente autênticos são considerados doentes mentais. Isto porque não vestem máscaras sociais que inibem sua real condição.

A subjetividade humana é sequestrada a cada fração de segundo. O mundo tornou-se um imenso cativeiro. O sistema vigente é o algoz que prende milhares de seres humanos nas celas da alma. Libertar-se de si mesmo é tarefa árdua. Liberdade... A grande utopia social.

Como podemos ser livres se estamos condicionados a ser o que não somos? Que liberdade é essa que nos obriga a enxergar a vida como uma peça de teatro na qual somos os protagonistas? Sim, somos os atores principais desse grande teatro, porém, na condição de personagens, jamais desfrutaremos de uma liberdade plena e, por consequência, permaneceremos em cativeiros sem saída.

Nem mesmo a percepção social provém de nossos conhecimentos acerca do mundo. Nossa visão condiciona-se a elementos tais como o behaviorismo, que nos induzem a enxergar as coisas conforme comportamentos pré-estabelecidos. Na condição de atores, comportamo-nos de acordo com a exigência da situação.

Indivíduos que se desvirtuam das regras sociais são execrados e excluídos do meio. Considerados loucos ou marginais, sofrem uma das maiores repressões: o isolamento. Mais uma vez comprova-se a escassez de liberdade que caracteriza o mundo contemporâneo. Somos protagonistas da história, e devemos agir como tais. Portanto, devemos passar a construir o enredo de nossa peça, somente assim a liberdade será contemplada.