domingo, 31 de maio de 2009

PENTECOSTES

Hoje celebramos o dia de Pentecostes! Festa jubilosa e especial! A construção de nossa Igreja! Mas, o que é ser Igreja? Depositar tudo nas mãos de Deus e não agir? Como se dá a manifestação do Espírito Santo em nossa vida? De maneira clara, através de ações concretas, ou de forma incompreensível e alienante?
O Texto abaixo, de minha autoria, foi publicado na edição do mês de maio do Informativo "O Comunitário" da Paróquia Imaculada Conceição. 

Pentecostes exige Unidade

Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu. Só entrará aquele que põe em prática a vontade do meu Pai, que está no céu. (Mt 7:21)” O trecho do Evangelho de Mateus nos alerta para o verdadeiro sentido de se colocar a serviço da comunidade. Pentecostes não significa enxergar a construção do Reino de Deus por meio de um viés místico, inatingível e incompreensível. Muito pelo contrário. Os dons concedidos por Deus pela ação libertadora do Espírito valorizam, sobretudo, a vivência da Unidade cristã.

Colocar o divino sobre um patamar elevado não passa de mera utopia. O divino não se manifesta de forma sobrenatural, como muitos acreditam. A divindade está presente nas ações que manifestamos através da sabedoria ímpar concedida por Deus a cada um/a de nós. E mais, o Espírito Santo habita em cada cristão, manifestando-se com clareza, por meio de nosso testemunho cotidiano. De que adianta passar horas e mais horas orando e, paradoxalmente, isolar-se em um “mundo de fantasias”, não fazendo absolutamente nada em prol de uma participação efetiva e afetiva no Reino que também é nosso? Egocentrismo não combina com atitude Cristã. Pentecostes exige Unidade e Ação!

 A oração nos garante sustento para não desanimarmos mediante limitações e desafios, além de ser forte sinal de esperança de que um outro mundo é possível. É imprescindível dialogar com Deus, mas também, cabe a cada um/a desempenhar seu respectivo papel. “A messe é grande, mas os operários são poucos” (Mt 9, 35-38): o conformismo e o comodismo são os grandes vilões motivadores da escassez de operários dispostos a trabalhar pela Unidade. Atitudes passivas que, infelizmente, levam centenas de “cristãos” (isso mesmo, entre aspas!), a buscar métodos alienáveis de aproximar-se de Deus. O mundo perfeito, utópico e sobrenatural é simplista e, por consequência, mais atrativo. Infelizmente.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Democratizar opiniões

O texto abaixo integra uma atividade avaliativa idealizada na disciplina "Jornalismo Online e Novas Tecnologias" ministrada pelo professor José Marcos Taveira. A proposta foi a seguinte: "Qual a importância do Blog para o jornalista?" Confira:

Informação desprovida de filtros
Propagar informações na grande imprensa de forma democrática não passa de utopia. Ceticismo? Não, realidade. Os jornalistas são limitados pelos gatekeepers, ou seja, os grupos responsáveis pela seleção do material divulgado. Esta escolha de informações nem sempre atende a aspectos justos, visto que interesses particulares podem guiar os responsáveis pela seleção. Um dualismo se alastra pelos corredores das redações: o que divulgar? Em meio a tantas informações, qual determinaria a agenda pública?

Além das preocupações acerca da agenda setting, outro fator é preponderante na acirrada disputa pelos materiais que tomarão conta das páginas dos periódicos. A sociedade amparada pelo capitalismo obriga a grande mídia a depositar na publicidade um forte meio de sobrevivência. Isto leva, involuntariamente, os jornalistas a publicarem informações que atendam às expectativas de seus clientes.

Profissionais do jornalismo, em sua maioria, são críticos. Isto é fato. Sendo assim, limitações se tornam martírios. Além do mais, o modelo engessado denominado pirâmide invertida os obriga a aniquilar qualquer espécie de subjetividade ou divagação. Em meio a tantos obstáculos, diversos jornalistas têm encontrado nos Blogs um excelente meio de propagar pontos de vistas, preferências, fotografias, vídeos e até devaneios.

O caráter independente e estritamente pessoal torna-se sedutor para indivíduos que passam a maior parte do tempo trancafiados em uma redação recebendo ordens de superiores. A abrangência de um diário virtual, como a ferramenta é popularmente conhecida, induz os formadores de opinião a formarem uma ideologia particular, livre das exigências de empresas privadas que, obviamente, visam ao lucro. Esta ideologia dissociada de hierarquia é capaz de angariar seguidores fiéis, além de ser uma forma inovadora de sobreviver ao mercado capitalista. Fato: muitas pessoas estão sendo pagas para efetuar postagens em Blogs segmentados.

A eficácia é comprovada. O poder de persuasão inquestionável. A sedução, inegável, visto que a liberdade por si só, gera atração. Devido a abrangência e número de adeptos aumentando a cada dia, é provável que as empresas jornalísticas deverão se adaptar a esta nova forma de divulgar pensamentos. A ferramenta tem tudo para ser uma forte concorrente da mídia predominante. Pensamento apocalíptico ou não, o melhor a fazer é amenizar exigências que servem apenas para comprovar o teor retrógrado dos bastidores dos nossos jornais de cada dia.

domingo, 24 de maio de 2009

Desgraçadamente repulsivos


Um soco no estômago. Asco, mal-estar. Uma confluência de sensações que variam do nojo ao lirismo. A mente se confunde. Escárnio e sensualidade se misturam de maneira jamais vista na história do cinema mundial. O filme “Saló ou os 120 Dias de Sodoma”, dirigido pelo mestre italiano Pier Paolo Pasolini, está a anos-luz do cinema convencional de Hollywod. 

A obra idealizada em 1975 gerou repulsa na sociedade italiana, sofrendo intensa censura por parte das camadas conservadoras. Não seria para menos. Pasolini tinha por meta escancarar a sociedade fascista orientada por prazeres, tortura e humilhações em diversas facetas. Se o objetivo era chocar, podemos dizer que o diretor o conquistou. Em uma catarse explícita e incômoda, o filme extrapola o campo das ideias, fazendo que o impacto também seja sentido no estômago. Blockbusters ao estilo “Jogos Mortais” não passam de contos de fadas se comparados a “Saló”.

 Ano de 1944. A província italiana de Saló está dominada pelo fascismo. Representantes do clero, nobreza, justiça e política resolvem recrutar dezesseis jovens exemplares e perfeitos para passar uma jornada vivendo em um palácio isolado no Marzabotto, juntamente com guardas, criados e garanhões. Além deles, quatro mulheres de meia-idade acompanham a jornada. 

Os jovens selecionados seriam contemplados a viver um circo de horrores, servindo aos desejos escatológicos e animalescos dos representantes do poder. Submissão. Depravação. Sexo. Violência. O grupo é forçado a satisfazer os porcos desejos de seus superiores. A tortura não se restringe somente à aspectos físicos. Além da submissão, são forçados a ouvir as pervertidas histórias diabolicamente narradas pelas damas de meia-idade ao som infernal de um piano. Os contos serviriam de estímulo para a consumação dos patológicos prazeres carnais.

Durante a estadia no palácio, os jovens passariam por três círculos: o Círculo das Manias, o Círculo da Merda e o Círculo de Sangue. Nada é mais repugnante do que o círculo da merda. Utilizando o argumento de que a dor somada a sujeira aumenta a satisfação e o prazer, os algozes obrigam seus súditos a saborearem, deliciosamente e com bom apetite seus próprios excrementos. A expressão mangiare é difícil de ser esquecida. Humilhação sem precedentes na vasta história do cinema. 

Focado em teorias de mestres como Foucalt e Nietzsche, Pasolini ressalta polêmicas teorias como a transgressão de valores e dignidade humana. Não surpreende o fato de alguns jovens recrutados pelos torturadores fascistas demonstrarem carinho pelas criaturas opressoras, a ponto de se sentirem satisfeitos em servir como objeto de prazer. Um filme estarrecedor, alarmante e que, acima de tudo, leva a pensar sobre o mal intrínseco a espécie humana. 

Saló - Itália/França, 1975, Drama, 18 anos

domingo, 17 de maio de 2009

Hoje compartilho com vocês um texto de extrema sabedoria escrito pelo mestre Charles Chaplin. Confira:


Quando me amei de verdade

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.

E então, pude relaxar.

Hoje sei que isso tem nome... Autoestima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.

Hoje sei que isso é...Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.

Hoje sei que o nome disso é... Respeito.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.

Hoje sei que se chama... Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.

Hoje descobri a... Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.

Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.

Tudo isso é... Saber viver!


Charles Chaplin 

domingo, 10 de maio de 2009

Despeço-me deste ciclo com orgulho

A vida é composta por ciclos. Com sabedoria, podemos identificá-los e nos adaptar a eles. Ciclos se sucedem tais como as estações do ano, e sem nos darmos conta, percebemos que a vida passa depressa. Pessoas entram e saem de nossa vida, deixando registradas marcas positivas e negativas. Com o passar dos anos a maturidade vem à tona, e nos leva a adquirir a capacidade de nos adaptar a estes ciclos, aceitando-os pacificamente. 

Evito ao máximo expor neste espaço os acontecimentos que compõem as escrituras do livro de minha vida, mas não posso deixar de registrar o encerramento de mais um ciclo. Mudar assim, de uma hora para a outra é tarefa árdua. Digo até que dolorosa. Paciência. Um passo de cada vez. Sim, esperei muito, mas creio que tudo nesta vida tem o momento ideal e uma explicação para acontecer. Existe o tempo que antecede cada passo, assim como o intervalo entre a inspiração e a expiração. É o tempo divino de observar, refletir e sentir. Tempo de utilizar todo o discernimento concedido por Deus para se fazer as melhores escolhas. 

Dia 22 de outubro de 2008. Ainda me lembro (creio que jamais esquecerei) do medo que eu estava em saber que acabara de conquistar meu primeiro emprego. Era o primeiro dia. Quem encontraria lá dentro? Será que teria competência para desempenhar um bom trabalho? Será que realmente teria vocação para a área? Etc, etc, etc... Dúvidas cruéis assolavam o ego de um garoto sem experiência alguma. Sempre perseverante e convicto nos ensinamentos que tinha até então, encarei o desafio. Não poderia ter feito escolha melhor. 

Confesso que até este dia eu era um garoto mimado, fechado em um “mundinho perfeito”. Nunca havia passado por dificuldades. Sair de manhã de Birigui, trabalhar o dia todo e só retornar por volta das onze da noite era uma grande provação. No início pensei que não fosse suportar. Sim, pensei diversas vezes em desistir. Mas sabe... Uma força desconhecida surgia de meu interior e me aconselhava a continuar. Uma voz que dizia uma frase já conhecida por mim há tempos: “As dificuldades da vida nos ajudam a crescer como pessoa”. E não é que essas sábias palavras tinham fundamento?! 

Durante estes seis meses amadureci e muito! Convivi com pessoas extraordinárias. Levarei todos em meu coração. Eu tenho a sorte de encontrar anjos em todos os lugares por onde passo. Anjos que me guiam e que me ajudam a viver. Cheguei a este primeiro emprego totalmente “perdido”, sem saber o que fazer. Mas a figura de uma bondosa mulher, com toda sua simplicidade, me proporcionou alento nos momentos mais difíceis.  É claro que também encontrei pessoas ruins. Quanto a estas, é melhor não falar, caso contrário, perderei a elegância. A elas, só deixo um recado: a mesquinhez e a prepotência exacerbada apenas contribuem para o fracasso e a autodestruição. Os seres humanos mais frustrados da história foram guiados por tais características. Não é necessária muita inteligência para saber do que estou falando... Sorte a vocês. 

Agora começo uma nova fase! Com toda a bagagem adquirida nesta experiência, uma nova oportunidade de estágio surge em minha vida. Procurarei me aperfeiçoar a cada momento, para desempenhar com primazia a profissão que escolhi e que me apaixono a cada dia! Não, não se trata de uma visão romantizada, mas sim, sincera. Tenho a convicção em Deus de que também deixarei marcas positivas neste novo ciclo! Perseverante na fé, desejo crescer como pessoa e como profissional. Novos anjos entrarão em minha vida e me orientarão a caminhos seguros. 

Finalizando todo o teor propositalmente piegas e emotivo deste texto, faço minhas as palavras de um sábio amigo: “A vida é como uma longa viagem de trem. Durante o percurso, conhecemos pessoas que por alguns instantes, passam a fazer parte de nossa vida. Mas chega o momento de desembarcar em nossa estação e deixarmos para trás estes seres que acabamos de compartilhar bons momentos. Mas cedo ou mais tarde, eles também chegarão a seus respectivos destinos. Durante o trajeto do trem, outros indivíduos virão, e o ciclo se repetirá.” 

Agradeço a Deus pela oportunidade de ter feito uma bela viagem até agora. Ingresso em uma nova estação, certo de que a viagem será rica, tranquila e enriquecedora.

Amor de Mãe











Amor de Mãe. Dádiva única e verdadeira concedida por Deus a mulheres privilegiadas. É um tipo de amor diferente, próximo ao divino. Amor incondicional que seria capaz de salvar o mundo da iniquidade. Talvez, se cada ser humano fosse beneficiado com um pouquinho de amor de mãe, não seríamos obrigados a nos deparar com tantas injustiças. 

Amor de Mãe não considera decepções e fraquezas. Muito pelo contrário, preocupa-se em ser alento a qualquer forma de sofrimento. É um amor sublime e forte, sempre disposto a sanar, no calor de um colo compreensivo, as angústias de filhos imperfeitos. Sim, aos olhos das mães os filhos são criaturas perfeitas. 

Mães são mulheres de aço. Não se sabe como, mas conseguem retirar forças dos momentos mais difíceis para evitar que os filhos sofram com possíveis decepções. Mesmo conscientes de que tombos são necessários para se aprender a caminhar, as mães procuram sempre orientar seus filhos para que estes não sofram. São criaturas quase que perfeitas, visto que a capacidade de tomar para si as dores de outrem, não é para qualquer um!

 Mães são retratos vivos do maior ensinamento divino, que é “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo”. Neste dia especial dedicado às mães, vale homenagear estas mulheres geradoras da vida! No entanto, são diversas as mulheres que não foram agraciadas com o dom da maternidade, mas exercem tal papel na sociedade. Inspiradas em Maria, estas verdadeiras fortalezas depositam doses de carinho em pessoas que, por incontáveis motivos, não tiveram a oportunidade de estarem ao lado de suas mães biológicas.

 São muitas as mães que jamais conceberam vida, mas que foram agraciadas com o dom da maternidade de coração. Estas também devem ser lembradas neste dia tão especial! Um Feliz Dia das Mães!