quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Pedaços de vida em minhas mãos


E de repente a vida os pregara uma peça. Inimaginavelmente viram a rota ser desviada. Seguiram direções contrárias. Promessas de um futuro eterno foram apagas impiedosamente. Cada um trilhou seu caminho, sem olhar para trás, não deixando transparecer os reais sentimentos. Aboliram qualquer hipótese de deixar a emoção superar a força da racionalidade. Para atender às expectativas do mundo externo, sufocaram a voz que ecoava fortemente do coração.

Tive a oportunidade de contemplar aqueles olhares taciturnos motivados pela dor da separação. Por mais que tentassem ocultar a real dimensão de seus sentimentos, os olhos denunciavam. Aliás, eles sempre denunciam, pois são espelhos da alma. Quem possui sensibilidade um pouco mais aguçada, percebe.

Ao analisá-los, percebi que aquele sentimento que chamam de saudade possui sabor... Um sabor amargo, mas ao mesmo tempo doce. Um gosto que gera indigestão, mas ao mesmo tempo causa alívio. Um sentimento extremamente paradoxal, provido de algo que já não faz parte da vida, que fora desprendido de nós mesmos pelas casualidades da vida.

Com este sentimento guiando seus passos, eles trilharão seus caminhos. Porém, conviverão eternamente com a terrível maldição que é o pensamento humano. Uma vez deixadas, certas marcas ficam impregnadas eternamente em nossa alma! Tal como cicatrizes de feridas, aos poucos se amenizam, porém, a marca sempre existirá. Ao contemplar a marca, reviverão o passado que os aprisiona um ao outro. Pudera eu trazê-los de volta para a vida usando como arsenal a força das palavras...

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