
Conturbados. Assim têm sido meus dias de uns tempos para cá. Faculdade na reta final, trabalho... Enfim, diversos afazeres têm ocupado meu tempo de modo a me impossibilitar de atualizar este espaço que me proporciona tanto prazer. É de conhecimento geral que a maior paixão de um futuro jornalista é a possibilidade de se expressar de forma independente, sem o crivo das limitações impostas pelos editores. O blog é uma das poucas alternativas para se expressar livremente e fazer valer a hipótese de que jornalistas são escritores / pensadores.
Hoje me arrisco a escrever sobre um tema que me gera muitas indagações e revolta: a hipocrisia da sociedade e as contradições das relações cotidianas (males dos quais também sou vítima). Não é segredo para ninguém que absolutamente todas as pessoas utilizam máscaras nas vinte e quatro horas do dia. Não há mais espaço para a autenticidade. A não ser no momento escatológico, a maior parte das pessoas engana-se a si mesmas impondo realidades completamente arquitetadas, a fim de se adaptarem as convenções sociais. A autenticidade pode ter um preço caro...
Imagine só a anarquia que o mundo se transformaria se todos resolvessem arrancar as máscaras... O senso comum que me perdoe, mas cabeças iriam literalmente rolar. Porém, somente a transparência limitaria o teor patriarcal das relações humanas e as hierarquias pautadas nos ideais de opressão.
Indivíduos completamente autênticos são rotulados como loucos e a consequência desta tal “insanidade” é a reclusão, visto que se acredita que eles podem causar sérios danos à sociedade. Tal demagogia não está completamente equivocada. Se os loucos resolvessem arrancar as máscaras de toda a sociedade, ninguém ficaria imune.
Infelizmente não se pode mudar uma realidade enraizada. As pessoas já nascem com a maquiagem que as adaptarão a sobreviver no grande palco da vida. Como verdadeiros palhaços que “pintam o rosto para viver”, necessitamos criar personagens que se adaptem às exigências impostas por alguém (um ser desconhecido que começou tudo isso). E eis que o mundo vai gradualmente se transformando em um imenso circo imundo...