domingo, 26 de abril de 2009

A verdadeira ciência perfeita

A subjetividade humana é construída a partir da confluência de diversos tipos de conhecimentos adquiridos no decorrer da formação. Temos o conhecimento empírico, o religioso, o científico e o filosófico. Juntos, tais elementos nos garantem a capacidade de elaborar raciocínios lógicos e passíveis de interpretação. Eis então que surge o conflito entre as ciências humanas e as exatas: o embate entre a razão e a emoção, amparado sobre o viés da lógica. Cada qual defendendo seu ponto de vista acerca da realidade. 

As ciências humanas preocupam-se, como o próprio termo denota, em estudar aspectos relacionados ao individuo em si. Ou seja, tudo o que estiver relacionado a comportamentos coletivos faz parte dos estudos humanísticos. Segmentos como o Direito, a Filosofia, a Psicologia, a Pedagogia e até mesmo a Comunicação, concernem o amplo leque destas ciências. Não existe uma resposta simples e única para tais estudos, ponto que os diferem das ciências exatas. 

Raciocínio rápido e veloz é o que fundamenta as ciências exatas, chamadas também de “perfeitas”. Aqui não existe preocupação em passar horas e mais horas pensando para se chegar a um denominador comum. Os estudos “perfeitos” amparam-se em fórmulas pré-estabelecidas criadas há tempos por matemáticos, físicos e até mesmo filósofos. No afã de se chegar rapidamente a uma resposta, geralmente numérica, não existe sequer a hipótese de pensar no fato de que realmente um mais um é igual a dois. Alguém disse isso! Pronto e acabou...

As humanísticas, por sua vez, estão preocupadas em buscar a essência dos significados das coisas. Aí está a grande magia: não existe resposta única para a subjetividade. Aproveita-se e valoriza-se a capacidade privilegiada que o ser humano tem de pensar sobre todos os elementos da vida; capacidade que difere a raça humana dos animais. Fórmulas prontas não possuem a menor graça. Ciência perfeita é aquela que procura respostas aonde não tem. As ciências humanas aproveitam-se de todos os tipos de conhecimentos para se chegar a resposta de algo. Por que será que um mais um é igual a dois e não igual a três? 

O pai da psicanálise Sigmond Freud já disse que somente o conhecimento traz o poder. Embora as diferenças as separem, ambas as ciências se complementam. Apesar das humanísticas serem, a meu ver, mais atrativas, as exatas também possuem aspectos sedutores, já que todo tipo de conhecimento é valido. A capacidade de raciocínio a qual só o ser humano tem o privilégio de desfrutar seria desperdiçada caso uma ciência fosse hegemônica sobre a outra, afinal, o embate entre ambas é o que desperta a paixão por estudá-las.

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