Às vezes penso que o mundo seria menos conturbado se o transformássemos em poesia. Se buscássemos em nosso íntimo a essência de nossos sentimentos e tivéssemos coragem e ousadia de extrair beleza dos momentos conturbados, seria mais fácil viver. No entanto, infelizmente a tendência típica do ser humano é colocar mais água onde a enchente já submergiu, aumentando assim o caos. A tranquilidade é uma virtude difícil de ser encontrada, pois se esconde em nós mesmos, em algum lugar inóspito. De tão inóspito, chega a ser aterrorizante pensar em explorá-lo.
Não é exercício fácil de ser feito, porém é necessário que saibamos silenciar nossos corações a fim de tentar entrar em contato com nosso eu interior. O silêncio faz bem, é terapêutico. Ao contemplar o silêncio, temos a capacidade de praticar as mais sublimes experiências. Somos capazes de nos desprendermos de nosso ego, buscando alcançar um novo jeito de ser.
Os diferentes estágios da vida exigem transformação e não é novidade para ninguém que tudo o que é novo gera certa apreensão. É normal temer o desconhecido. Todavia, é conhecendo o novo que nos desprendemos de ideologias enraizadas, mesquinhas e maniqueístas. O verdadeiro sábio é aquele que possui a convicção de que seus ideais são efêmeros, a ponto de serem transformados quando se tornarem obsoletos, dando espaço a outra forma de pensar.
Vivenciamos um período no qual a sede pelo conhecimento se tornou realidade. O povo passou a querer ter voz e vez nas tomadas de decisões capazes de modificar a realidade. Felizmente os algozes repressores, aqueles que detêm a maior camada do bolo social, estão perdendo espaço. A pedagogia do oprimido, utopia de Paulo Freire, vem se concretizando conforme o tempo passa.
Sonho com o dia em que as relações serão pautadas no respeito mútuo. Sonho com o momento em que poderemos encontrar a “terra prometida”, em verdadeiro processo de êxodo, rumo a terra onde jorra leite e mel. Nesta terra, mundo sonhado por mim e por tantos e tantas, tudo seria embasado no sonho louco dos poetas, no qual tudo gera beleza: as tristezas, as dores e, principalmente, as alegrias.
É no silêncio que eu, arquiteto de mim, desenho este novo mundo... Porém desperto: algo acontece lá fora. Saio de minha torre de marfim e volto à realidade. Lá no recôndito de meu ser prevalece uma pequena brasa esperançosa, prestes a incendiar-me por completo...
Sonhos e ideais estão refletidos também na arte... Preste atenção nesta belíssima letra: "Eu... Caçador de mim". Caço-me a todo instante...
8 comentários:
Diuan, conseguiu trazer a essência mais profunda da verdadeira razão de viver. Sonho com o dia em que todas e todos se respeitarão verdadeiramente e também respeitarão a si próprios.
Obrigada pelo texto...
Bjos, FerGuilabel!
Depois de tantas linhas poéticas e muito bem escritas tudo que eu diga será menor, pequeno. Mesmo assim, digo: PARABÉNS, BELO TEXTO!
Um de seus melhores textos, querido!
Abraço.
Rômulo Gomes
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Depois de tantas linhas poéticas e muito bem escritas tudo que eu diga será menor, pequeno. Mesmo assim, digo: PARABÉNS, BELO TEXTO!
Um de seus melhores textos, querido!
Abraço.
Rômulo Gomes
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Diuan, o primeiro parágrafo me fez lembrar de passagem de Bernardo Soares/Fernando Pessoa, que trato como lema de vida: "Façamos da nossa falência uma vitória. Uma coisa positiva e erguida, com colunas, majestade e aquiescência espiritual. Se a vida não nos deu mais do que uma cela de reclusão, façamos por ornamentá-la, ainda que mais não seja com a sombra dos nossos sonhos..."
Diuan, tu tens que publicar um livro!
Sua mão é mágica!!!!
abçs
:D
Gentileza sua, Artur!
Um texto com reflexões riquíssimas! Muito do que você escreveu é luz para as angústias de muitas pessoas. Parabéns!
Ops... muiito bom o tezto hein...
Gostei... gostei...
*-*
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