domingo, 8 de março de 2009

Questões para pensar...

Uma menina de nove anos. Isso mesmo, nove anos! Questionamentos sobre a vida são constantes nessa fase... Época da vida na qual as únicas preocupações são escola e lazer. Período de formação de identidade. São necessárias várias doses de compreensão e carinho advindos do seio familiar, a base de formação humana. Este seria, talvez, o início do ciclo da vida de qualquer ser humano. Mas o que será que pode acontecer quando a inocência é destruída por membros da própria família? E mais: o que leva alguém a destruir sonhos de inocentes?

Durante a semana que passou, um episódio ocorrido em Recife (PE) estampou as páginas dos jornais e repercutiu nos noticiários. Uma garota de nove anos, grávida de gêmeos. O pai: o próprio padrasto. A menina, há tempos vinha sofrendo abusos por parte de um homem que representava a figura paterna. Revoltante. Vergonhoso. Causa espanto imaginar que seres da mesma espécie que nossa sejam capazes de cometer tamanha atrocidade. O que faz alguém agir assim?

Na minha simples opinião de leigo, a falta de amparo, acolhimento e amor durante a vida, faz com que as pessoas, quando adultas, não consigam dominar os próprios instintos. Talvez, quem sabe, se este homem tivesse no seio familiar alguém que o orientasse sobre o que é certo e o que é errado, não precisaríamos nos deparar com tais notícias. O discernimento, capacidade que habita no intelecto de cada ser humano, é adquirido na infância, um ciclo natural que condiz com a pedagogia da vida.

O fato também despertou uma polêmica discussão acerca do aborto. Raciocinemos: a menina tem apenas nove anos. Estava grávida de gêmeos. Sua estrutura corporal não comportaria uma gravidez! Ela está em fase de crescimento, ainda não se formou fisicamente. Essa gravidez, na visão da equipe médica, poderia matá-la. Foi consumado o aborto, prática que no Brasil é amparada por lei em caso de estupro.

Isso despertou intensos conflitos entre a Igreja Católica e a equipe médica. Houve excomunhão do médico responsável pelo aborto e da mãe da menina, que permitiu a prática. Por excomunhão, entende-se a negação de sacramentos essenciais na doutrina Católica.

A Igreja Católica julga como elementar a defesa da vida. Portanto, seus membros são contra qualquer tipo de atentado às leis de Deus. O aborto é visto como assassinato. Inadmissível. Inaceitável. O estupro, um pecado sem igual, contrário a todos os ensinamentos divinos.

A doutrina Católica prega a ideia de que Cristo abomina o pecado, mas ama e acolhe o pecador! Portanto, creio que a excomunhão de membros é uma iniciativa contrária a proposta de amor. Por maior que seja a gravidade do caso, o Bispo de Pernambuco errou ao excluir do seio católico os médicos e a mãe da garotinha. Esta que agora necessita de todo amparo e dedicação.

Abominar o aborto é valorizar a vida. No entanto a exclusão pode ser tão dolorosa quanto! Pensemos nisso...

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