segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Dica de Cinema


Mais que um Show de Imagens


Celulares de última geração, redes de relacionamento como Orkut, Twitter, Facebook, etc. Definitivamente a sociedade contemporânea está longe de conhecer o real significado do termo privacidade. A cada dia, surgem novidades no mercado tecnológico. O objetivo: proporcionar comodidade à vida. Mas vale a reflexão: tamanho avanço é benéfico ou prejudicial? É justamente esta a temática do eletrizante filme “Controle Absoluto” (Eagle Eye, EUA/Alemanha, 2008).

Produzido por Steven Spielberg e conduzido por D.J Caruso (“Roubando Vidas” e “Tudo por Dinheiro”), o filme, estritamente comercial, enche a tela com um estapafúrdio show de imagens surreais. O exagero cênico serve justamente para ilustrar os estragos que a tecnologia pode causar quando se volta contra seus criadores.

O enredo é simples. Jerry Shaw (Shia Labeouf, de “Transformers”) é um sujeito pacato, afundado em dívidas, que trabalha em uma loja de copiadoras. Certo dia, Jerry recebe a notícia de que seu irmão gêmeo, militar aplicado e cidadão americano convicto, acaba de falecer. Após o funeral, a vida do homem passa por uma incrível reviravolta. Tudo começa com sua conta bancária: mais de 700 milhões de dólares são depositados, sabe-se lá por quem. Em seu apartamento, uma estranha encomenda: arsenais de guerra. Tudo isso somado a estranhos telefonemas de uma misteriosa voz feminina que passa a dar ordens ao moço.

Paralelamente a Shaw, está Rachel (Michelle Monaghan, de “O Melhor Amigo da Noiva”), mãe divorciada e bem-sucedida na carreira. Certo dia, Rachel também recebe a ligação da estranha voz feminina, que passa a transmitir ordens que, se não cumpridas, acarretariam na morte de seu filho. A partir daí, os destinos dos pacatos cidadãos americanos se cruzam.

Clichês que dominam os filmes do gênero são escancaradamente aproveitados. Apesar disso, a premissa é perfeita, ao discutir o monitoramento virtual que vivemos. Uma agência de inteligência criada pelo governo seria responsável pela maior emboscada da história: o assassinato do presidente dos Estados Unidos. O diferencial da hecatombe é que seria totalmente virtual, o que nos acena a um risco iminente relacionado ao avanço tecnológico.

A abordagem de teorias conspiratórias faz com que o filme não seja simplesmente uma obra inacabada com imagens de ação, muito pelo contrário. Críticas ao american way of life são perceptíveis, à medida que a paranoia americana se evidencia. No caso do filme, a nação do Tio Sam, com sua agência de inteligência, seria responsável pela autodestruição. Será uma crítica ao sistema Bush de governo? Cabe ao espectador atento às entrelinhas desvendar. É muito mais do que um show de imagens.

Confira Trailer de lançamento do filme:



Título Original: Eagle Eye
Recomendação Etária: 14 Anos
País de Origem: EUA/Alemanha
Gênero: Drama/Suspense
Tempo de Duração: 117 minutos
Estúdio/Distrib.: Paramount Pictures do Brasil
Direção: D.J Caruso

Texto idealizado como Atividade Avaliativa da disciplica Jornalismo Online e Novas Tecnologias II, ministrada pelo professor e Jornalista José Marcos Taveira.

2 comentários:

Rafael Lopes disse...

O filme retrata bem os riscos que estamos sujeitos ao expor nossas vidas na internet.

Porém, com tantas redes sociais é difícil não utilizar alguma
rss

òtimo texto, gostei muito
abraço

Cecilia Egreja disse...

Obrigada pelo comentário no meu blog. Poeta não é só quem escreve, mas também aqueles que têm sensibilidade para entender e apreciar a poesia. Valeu!

Adoro os seus textos. Você é um observador atento, que consegue perceber as 'entrelinhas' da vida!

Abraços e boa sorte!