domingo, 19 de outubro de 2008

Uma Vencedora

Confira a seguir uma reportagem perfil idealizada por mim e pelas minhas amigas futuras jornalistas, Angélica Neri e Juliana Siqueira. Trata-se de uma homenagem para o dia do professor feita como atividade da disciplina Técnicas de Redação II, ministrada por Ayne Salviano.
Nossa homenageada foi a professora e jornalista Karenine Miracelly, nossa coordenadora de curso e professora de Teoria do Jornalismo II. Um exemplo de profissional e ser humano. Uma pessoa que venceu na vida mas não perdeu a capacidade de sonhar!
O texto que segue foi divulgado no site do unitoledo e também no Blog do curso de Jornalismo! Boa Leitura!

Peculiaridades de uma vencedora
Por Angélica Neri, Diuân Feltrin e Juliana Siqueira

Traços de seriedade misturados com sorriso de menina. Olhar doce, no entanto, com doses de sarcasmo. Olhos azuis como o céu na primavera. Exemplo de mulher moderna e independente, que com seu esforço e dedicação serve de parâmetro para jovens que buscam o sucesso profissional.
Seu nome foi inspirado em uma personagem do livro Anna Karênina, personagem do livro homônimo de Leon Tolstói. Sua mãe, Maria Rocha da Cunha, não leu a obra, porém o título a atraiu devido à semelhança com o nome de sua primogênita: Karine. “Todo nordestino que se preze tem nome complicado. Comigo, não seria diferente. Como diz o Severino, de João cabral de Melo Neto, Karenine é meu nome de pia; mas ao contrário dele, não somos muitas Karenines”, comenta.
Nascida em Natal, Rio Grande do Norte, no dia 2 de abril de 1980, Karenine Miracelly Rocha da Cunha considera-se uma mulher de sorte, já que teve dois pais: um biológico e outro de criação. Muito ligada à família, Karenine acredita que a união familiar é fundamental, caso contrário, torna-se apenas um “amontoado de pessoas com afinidades biológicas.”
A jovem é do tipo de pessoa que consegue enxergar a felicidade nos pequenos gestos: as conversar com a irmã e seus conselhos, o pão feito pela mãe, as pamonhas que penas seu pai, Francisco Manuel da Cunha sabe fazer. Enfim, coisas que para muitos podem parecer banais são essenciais para Karenine.
Por ironia do destino, os estudos entraram por acaso na vida da jovem. Nas campanhas eleitorais de 1985, D. Maria teimou em ensinar a filha mais nova a ler e escrever. O material usado: panfletos de campanhas políticas. O que começou como uma “brincadeirinha” transformou-se na maior paixão de Karenine: a leitura, que mais tarde acarretaria na escolha de sua profissão. Os anos de estudo, sempre em escolas públicas, caracterizaram-se por extremo empenho. “Sempre estudei em escola pública, inclusive a faculdade. E isso me incentivou a estudar mesmo, porque eu sabia que se quisesse aprender, teria que fazer a minha parte (que muitas vezes incluía a de professores mal remunerados e infelizes). Sou um pouco autodidata”, revela a jornalista.
A faculdade de jornalismo na Unesp de Bauru obrigou a jovem a se separar de aconchego familiar. A adaptação foi rápida, e as dificuldades para manter-se sozinha foram compensadas por bolsas de monitoria e iniciação científica, conquistadas com muita dedicação. “Foi por conta dessas bolsas que eu me dediquei muito à pesquisa durante a faculdade e fiz estágio na rádio Unesp. Anos depois, isso seria essencial para eu ingressar no mestrado.”
Concluída em 2001, a faculdade de Jornalismo foi mais uma vitória da menina de Natal. Parte do sonho realizado, faltava agora conseguir um trabalho na área. Isso foi muito fácil para nossa vencedora. Em dezembro do mesmo ano em que concluiu a faculdade, Karenine foi aprovada em um teste da Folha da Região de Araçatuba, onde atuou como repórter por cinco anos. Durante este período, outra paixão despertou: a área acadêmica.
Em Agosto de 2005, Karenine conseguiu mais uma vitória: passou a lecionar no UniToledo. Professora criteriosa e jornalista que se destaca por sua inteligência e cultura, possui peculiaridades ao transmitir sua sabedoria. Conhece os momentos ideais para tecer críticas e elogios, o que é facilmente identificado em seus famosos “recadinhos” nos finais das provas com sua bela letra de professora. Conhece as particularidades de cada aluno e está sempre disposta a ajudar. Ela acredita que ensinar, é uma boa forma de aprender. “Dizemos que professor é aquele que, no meio do caminho, não só ensina, mas aprende. Não estamos repetindo um bordão sem fundamento. Ensinar é, antes de tudo, estudar e pesquisar. E é isso que gosto de fazer”, enfatiza.
Karenine Miracelly Rocha da Cunha é o tipo de mulher que não descuida da aparência. Com cabelos castanho-claros, um pouco abaixo dos ombros, sobrancelhas finas, pele branca como a neve, magra, não muito alta e lábios carnudos de coloração avermelhada, é dona de um sorriso contagiante capaz de colorir um ambiente sombrio. Procura sempre se vestir de forma adequada à situação, o que demonstra sua compostura de mulher fina.
A voz suave, e ao mesmo tempo decidida, contradiz a fragilidade de sua aparente juventude com a autoridade de uma mestra. Normalmente brincalhona, às vezes surpreende a todos com uma pitada de mal-humor. Extremamente espartana, indisciplina é capaz de tirá-la do sério.
O reconhecimento que é dedicado a ela provém de sua vasta bagagem cultural, comprovada em suas envolventes explicações. Seu ar intelectual é realçado nas vezes que usa óculos. Professora de Teoria do Jornalismo para os acadêmicos do 4° Semestre e também Edição Jornalística para os alunos do último Semestre, Karê, como é carinhosamente conhecida pelos mais íntimos, conquistou, no início de 2008, o cargo de coordenadora do curso de Jornalismo, além de ser aprovada no concurso de professor da Fatec - Araçatuba. A receita de sucesso recomendada pela professora a seus alunos é, obviamente, a leitura de jornais, livros e revistas.
Os planos de Karenine não param por aí. Agora, ela pretende ingressar no Doutorado que, segundo ela, será mais uma etapa de muita dedicação, esforço e pesquisa. Porém, como as frustrações fazem parte da vida de qualquer vencedor, Karê encara isso maneira convincente. “Como todo mundo, choro em um primeiro momento. Mas depois, tem que comer um chocolate ou uma batatinha frita e sair para caminhar ou correr e pensar em como vencer a frustração e ser melhor que ela. Trata-se de uma atitude eat and run ou Forrest Gump.”
Karenine é a prova de que esforço, dedicação e competência levam ao sucesso. Uma grande colecionadora de conquistas. “Tudo que fiz até hoje foi acumular conquistas que, na verdade, são coletivas, visto que constituem sonhos particulares e de minha família. Meus pais não tiveram oportunidade de estudar e depositaram em mim e em minha irmã seus sonhos. Conseguimos realizar tudo juntos”, relata com emoção.
Ela é um exemplo de jornalista que se enquadra na famosa frase de Cláudio Abramo: “O jornalismo é, antes de tudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter.”

Um comentário:

Angélica Neri disse...

Olá, Diuân!
Estou passando por aqui para retribuir a sua visita.
O nosso trabalho ficou muito bacana :D
Um forte abraço!